Na primeira pesquisa de intenção de voto para presidente com Marina Silva (PSB) como candidata, o Datafolha apontou a ex-senadora com 21% das pretensões do eleitorado. Dilma Rousseff (PT) liderou com folga; 36% das intenções. Aécio Neves (PSDB), então, segundo colocado nas pesquisas, agora é terceiro com 20%.

Para entender esse cenário, o jornalista JOVEM PAN Anchieta Filho conversou nesta segunda-feira (18), no Jornal da Manhã, com o professor de ética Roberto Romano da Silva, que contou que a maior parte dos eleitores que vão votar em Marina é dos que não iam escolher um candidato, os brancos e nulos.  

“Daquela jornada de junho de 2013, cansado da política dos partidos, etc”, disse ao explicar quem são e de onde vem os eleitores que apostam em Marina. E continuou: “Tem um dado, você 17% dentre brancos e nulos e não sabem, portanto, é um campo que pode ser conquistado por qualquer candidato”, disse.


Silva lembrou ainda que Marina apresentou números maiores em simulações anteriores. A ex-senadora, segundo ele, tem possibilidades reais de apresentar crescimento nos números. “Nós chegamos a quase 27%, ela tem possibilidade de manter esse indice e até melhorar. Isso vai depender da sua capacidade de fazer uma boa campanha”, falou.

Questionado sobre as possibilidades de segundo turno, o professor confirmou que está praticamente definido a necessidade de uma segunda ronda para a eleição presidencial e ressaltou o impacto da aparição de Marina.

“Me parece que é importante, justamente esse ponto, que nós saiamos, de vez, dessa luta sem quartel de tucanos e petistas, que tem envenenado muito a vida política brasileira. Esse terceiro elemento que poderia ser Eduardo Campos e, agora, é Marina pode modificar um pouco esse cenário”, disse.

O fato de a ex-senadora ter sido do PT e ex-ministra do governo Lula também foi questionado. O “perfil petista” da candidata precisa mudar se ela quiser ser candidata, segundo Silva. Esse perfil de Marina é um perfil originariamente petista. Inclusive, na sua intolerância para com as críticas. Ela tem um elemento muito sério que ela precisaria mudar”, contou.

Em uma simulação de segundo turno, Marina Silva aparece com 47% das intenções de voto, enquanto que Dilma Rousseff obteria, segundo o Datafolha, 43%. Ouça a entrevista completa no áudio.