sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Blog Bom Dia.

22/11/2013 11:20

Relendo o mestre

Por Manoel Ribeiro Neto

Costumo deleitar-me com a leitura dos textos do Professor Roberto Romano, mestre da Unicamp, escritor talentoso e crítico mordaz do comportamento humano. Revisitando seus textos encontrei um excelente e conclusivo trabalho sobre fatos corriqueiros do nosso dia a dia. Esta frase é emblemática: “a linguagem política e ideológica vive de lugares comuns, cuja significância é indefinida. Em agrupamentos nos quais imperam os slogans, o discurso é sempre equívoco. Refiro-me ao apelativo fascismo”.

Segundo o Professor, os slogans são importantíssimos para integrar técnicas de poder, validando o enunciado que diz que toda prática linguística repetitiva veicula uma potência de hipnose que leva o individuo rumo a comportamentos sociais ou mentais estereotipados.

Os contrariados, sejam religiosos, profissionais liberais, políticos, e tantos outros, lançam aos quatro ventos o termo “fascista”, sempre que têm suas teses e interesses resistidos, atribuindo ao termo, no mínimo, um significado emocional como arrogante, cruel e sem escrúpulos. 

A banalização do termo tem provocado seu uso indevido e nós teremos oportunidade de presenciar brevemente, em sua plenitude, esse fenômeno linguístico. Estamos próximos de uma eleição crucial para o encaminhamento dos projetos nacionais, quando se defrontarão forças com aparências diferentes, mas que, em sua essência, não divergem nos objetivos, que é meramente o poder pelo poder.

Assistiremos, com certeza, nos horários de televisão comprados nos balcões das negociatas políticos, além do resultado dos escambos feitos sub-repticiamente, a gratuita agressão verbal e exibição de dossiês apócrifos, todos com o rótulo de atitudes fascistas, não justificando qualquer antítese à tese do Professor Romano.

Monoel Ribeiro Neto é consultor