domingo, 8 de setembro de 2013

Marta Bellini. Pena que eu não domine a arte de republicar vídeos a partir de outros blogues. Mas o texto terrível e profético fala mais do que muitas imagens. Minha solidariedade aos estudantes, funcionários e professores da UEM. Infelizmente vivemos sob a maldição de Pedro Aleixo: quando disseram ao então vice presidente da república que o general Costa e Silva jamais abusaria do AI-5, ele, conhecedor da índole autoritária que é transmitida ao nosso povo, refletiu ""talvez não o presidente, mas e o guarda da esquina?". É isso aí, temos a república dos guardas da esquina, ditatorial e truculenta, mas que deveria estar sob a responsabilidade de professores, no caso da universidade. Ou os referidos professores compactuam com a violência, ou a temem. De qualquer modo, é a barbárie. Que, infelizmente, para desmentir Spinoza, não é a última (me refiro ao fato do filósofo, diante da violência e do assassinato, ter feito um cartaz onde se dizia : 'ultimi barbarorum"). Só podemos dizer, para aceitar o grito de Spinoza, que "últimos"significa "os piores". Pode ser. Pode ser.

sábado, 7 de setembro de 2013


Violência, atentado e irresponsabilidade na Universidade Estadual de Maringá

Na noite de quinta-feira, dia 5 de setembro, alguns jovens alunos estavam, as 23h, reunindo-se na frente do DCE da Universidade Estadual de Maringá. Um grupo de 20 vigias, pois sim, VINTE (poderiam ser menos porque a universidade inteira tem que ser vigiada, mas não os 20 estavam no mesmo lugar e na mesma hora, estranho?! Não!) atacaram cerca de 10 estudantes e logo foram gritando para eles saírem do campus porque naquela hora estudante NÃO PODE MAIS FICAR NA UEM.
Imediatamente esses guardas pretorianos do reitor começaram a surrar os alunos e alunas. Quebraram o nariz do Renan, estudante de Ciências Sociais, rasgaram a roupa de uma aluna, jogaram pedra em uma aluna das Artes Cênicas. Luiz André com perna roxa de um chute. Os próprios estudantes chamaram a polícia. Dois professores foram chamados pelos alunos (as), Professor Julio Damasceno e Márcio da geografia. A assistente social Catarina também foi chamada. De madrugada todos ensanguentados na polícia fazendo boletim de ocorrência. Depois foram ao hospital.
Fui ao DCE de manhã e lá fiquei até as 22 horas com muito medo dos guardas que não paravam de rondar a nossa roda de estudantes, professores (as) e técnicos. Quase uma hora da tarde, duas alunas foram ao DCE e disseram que tinham sido expulsas de onde estavam, no Museu de Ciências. Mesmo com a concentração, com o violento atentado à vida dos estudantes, os vigias continuaram a banir os alunos de seus lugares. As 15 horas uma colega professora relatou que fora assediada e agredida verbalmente no bloco onde estava, o C 23.Gravou a fala dos vigias no local. Disseram que os estudantes tinham que apanhar mesmo.
Nesse vídeo que hoje de manhã foi removido, mas postamos novamente, vemos os vigias com seus rostos e nomes, vemos os estudantes e pais.
Politicamente posso ter uma explicação: os estudantes depois da OCUPAÇÃO  da reitoria em 2011 estão sendo hostilizados dia a dia. Isso em uma administração que não vem a público dizer para que serve e a quem serve a Universidade. Uma vazio. Nesse vazio cresce um ninho de serpentes, que aliás, está na UEM desde antes de 1986 quando entrei para aqui trabalhar.
Essas serpentes tomam a Resolução 08/2011 que proíbe sarau dos estudantes e manda bala a qualquer hora. Nada justifica a quase matança de estudantes no dia 5 de setembro. Mas esse nada nasce do vazio político, como disse, da atual administração e por que não dizer da anterior, da anterior e da anterior.
O fato é grave porque poderíamos ter tido uma ou mais mortes de alunos (as). Não tivemos por mero acaso dada a violência e truculência dos guardas.
O mais incrível é que na reunião ontem dos estudantes e alguns professores (as), quando o nome do principal violador da guarda foi citado ele disse que estava sendo ofendido e saiu da sala. Deixou-nos às moscas. ou nas mãos dos vigias.
O que eu penso. Que esse vazio político de onde emerge a serpente da truculência, tem que ser visto pela psicologia. Os vigias parecem sentir um ódio de casta. Explico: parecem ver os estudantes com raiva. Raiva da classe social, da suposta vantagem econômica (vejam eu disse suposta), ódio pela rebeldia com causa dos alunos e alunas, ódio da juventude bonita. Ora, esses jovens são o maior patrimônio da Universidade, logo esses guardas estão no lugar errado. Talvez o reitor também.
Se o reitor se exime da punição dos guardas, será que amanhã não teremos mortes? Sequestros? Desaparecimentos? se tivermos, diremos, infelizmente: nós avisamos, senhor reitor. TEMO PELA VIDA DOS ESTUDANTES.   Eu sei o terreno onde piso.
Solicitamos o envio de moção de repúdio ao reitor no e-mail: sec-gre@uem.br ou jspfilho@uem.br
e a mim para endereçar aos estudantes do DCE
Eu acredito na solidariedade!
Vídeo da Ocupação da reitoria por estudantes. Isso gerou a mais escabrosa caçada aos estudantes.