terça-feira, 23 de abril de 2013

Veja. Outra mulher a sofrer nas garras do "ciumento"(e, por tal motivo, justificado) companheiro. Até quando? E a Justiça levará anos e anos para "punir"o indivíduo.

23/04/2013 - 14:39

São Paulo

Artista plástica morta pelo namorado é enterrada

Hiromi Sato foi estrangulada pelo companheiro no apartamento em que moravam, em Higienópolis; Sérgio Brasil Gadelha confessou o crime

O advogado Sérgio Brasil, de 74 anos, após ter sido detido sob a acusação de ter matado a esposa
Gadelha confessou as agressões (Adriano Lima/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
 
A artista plástica Hiromi Sato, de 57 anos, morta estrangulada pelo companheiro em seu apartamento em Higienópolis, região central da capital paulista, foi enterrada na manhã desta terça-feira no Cemitério da Paz, no Morumbi. O advogado Sérgio Brasil Gadelha, de 74 anos, confessou o crime e disse que agiu por ciúmes. O casal começou a namorar três anos atrás e vivia junto havia pelo menos dois. O advogado, que tinha um escritório de assessoria fiscal e tributária no local, está preso em uma cela para quem tem curso superior.

Em seu depoimento, Gadelha afirmou que a briga do casal começou no fim da tarde de sábado, depois das 18h. De acordo com o acusado, eles dormiram no mesmo quarto naquele dia. Na manhã de domingo, na versão de Gadelha, ele tentou conversar com a mulher, que, embora só gesticulasse, parecia estar bem. No restante do dia, porém, ela não saiu da cama. Gadelha contou ainda que, no domingo à noite, ligou para a filha e contou o que havia acontecido. Ao chegar à casa do pai, ela ligou para o SAMU e para a Polícia Militar. A médica que atendeu Hiromi disse a um policial que a provável causa da morte foi estrangulamento. Um laudo deve sair em trinta dias com a definição da causa e da hora da morte de Hiromi. O boletim de ocorrência policial, no entanto, diz que o crime aconteceu à 1h14 da madrugada de segunda-feira e que a polícia foi acionada às 2h24. 

A briga do casal no sábado chegou a ser ouvida por vizinhos. "No domingo, o pessoal estava falando sobre a barulheira, de coisa sendo jogada, mas até então ninguém sabia o que era", disse uma dona de casa que pediu anonimato.  

Para o advogado de Gadelha, Átila Pimenta Coelho, o cliente não tinha intenção de matar a namorada. A defesa entraria, na segunda à noite, com pedido de liberdade. 

A perícia achou vários sinais de agressão no corpo de Hiromi. O relato do médico que a examinou indica hematomas nos braços, pernas, rosto, boca, costas, abdome e canela, além das marcas de estrangulamento. Ainda havia muitos fios de cabelo preto no quarto do casal – os de Gadelha são brancos. Além disso, na banheira da suíte do casal, havia edredom e panos sujos por um líquido parecido a sangue. Havia manchas também em lençóis, travesseiros, panos de chão e roupas de cama de molho na lavanderia. A polícia investiga se o advogado tentou modificar a cena do crime.
Gadelha confessou as agressões, mas disse que não tinha intenção de matar a companheira. Ele já havia sido processado no ano passado por dirigir embriagado.

O taxista Germano de Freitas Santos, de 41 anos, que trabalha em um ponto próximo ao local, reconheceu as imagens do casal na televisão. "Sempre a via passando por aqui. A gente nunca imagina que possa acontecer uma coisa dessas."

(Com Estadão Conteúdo)