sábado, 23 de fevereiro de 2013

A privataria, tucana ou não tucana (ela, inclusive, tem fortes apoios no petismo) ataca sempre que pode as universidades públicas de São Paulo, as únicas que pesquisam, ensinam e prestam relevantes serviços à sociedade. Ninguém possui o direito de esquecer a "lista dos improdutivos" orquestrada pelos tucanos da USP e propalada pela imprensa. Sempre que pode caluniar as nossas universidades públicas, parte da imprensa o faz, com ardor incontido. Nem um pio sobre as falcatruas das "privadas"( a polissemia sempre vale para elas). Agora mesmo, o ex-secretário tucano (agora peemedebista, amanhã petista e depois....sei lá) Chalita, está sendo denunciado por travessuras com o sistema COC de ensino. As ditas universidades privadas (a polissemia....) arrancam dinheiro público em forma de bolsas e são sustentadas por impostos, mas como o lobby delas no Congresso e no Conselho Nacional de Educação é forte, e como elas têm o apoio da imprensa, tudo bem. Quem, na universidade pública, acata tal propaganda virulenta, deveria ter vergonha e se despedir. O tucanato já prestou muitos desserviços à vida pública nacional. Mas ele não aprende. E agora, com os primos petistas que aderiram à privataria (mesmo antes de chegar ao poder federal, existiam fortes interesses do ensino privado, muitas vezes nas mãos de petistas) a sopa está servida! É fácil dizer que os cofres das universidades estão cheios, sem gasto. O que eles não dizem é que, mesmo quando as verbas são insuficientes, eles mesmos as "contingenciam". Quem não se lembra do governo Fleury, quando o secretário da fazenda segurava as verbas devidas às universidades? A tibiez dos reitores e dos conselhos não serve para justificar o fato. Com a crise que está vindo, gastar às mãos cheias é crime contra a continuidade do trabalho acadêmico. Enfim, vejamos no que dá esta nova campanha tucano/privatista contra as universidades públicas, sem as quais São Paulo seria um Estado sem técnica, sem indústria de ponta, sem comércio, sem modernidade.

Universidades de SP e Fapesp têm R$ 7 bi em caixa

A principal fonte de recursos das universidades e da Fapesp é o repasse de 10,57% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

Wikimedia Commons
Universidade de São Paulo (USP)
A USP fechou 2012 com R$ 3,4 bilhões em caixa acumulado ao longo dos anos.

São Paulo - As três universidades públicas paulistas - USP, Unesp e Unicamp - encerraram o ano fiscal de 2012 com R$ 6 bilhões em caixa. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) também tinha saldo positivo em 31 de dezembro, de R$ 1,02 bilhão. Os números foram apresentados em janeiro ao governador Geraldo Alckmin. Segundo aliados, ele reagiu com irritação, por julgar que as instituições deveriam investir mais em infraestrutura e na ampliação de projetos.

Os dados foram extraídos do Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem) de São Paulo. A principal fonte de recursos das universidades e da Fapesp é o repasse de 10,57% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) recolhido pelo governo. Quanto maior a arrecadação, mais dinheiro entra nos cofres das instituições.

A avaliação de parte do governo é de que os contribuintes estariam pagando um tributo que não estaria sendo utilizado. Alckmin teria ficado incomodado com o fato de que dirigentes das instituições costumam brigar por cada centavo de seus orçamentos. O dinheiro, no entanto, fica parado, sob a alegação de que a maior parte está comprometida com despesas já assumidas. A reserva também serviria para cobrir eventuais quedas de receita em decorrência de variação da arrecadação do ICMS.

Por seu tamanho, a USP recebe a maior fatia do repasse do imposto (5,029%), e tem o maior colchão financeiro: fechou 2012 com R$ 3,4 bilhões em caixa acumulado ao longo dos anos. É uma sobra que quase se equivale ao orçamento anual da instituição. Para 2013, ele é de R$ 4,3 bilhões, dos quais 93% vão para gastos com pessoal.

O secretário estadual da Fazenda, Andrea Calabi, afirma que a economia feita pelas instituições é positiva, pois permite que elas mantenham uma situação confortável em seus caixas. "A parcimônia na gestão de caixa de todas as entidades públicas não é malvista pelo Tesouro. É claro que o objetivo é executar seus programas, mas a parcimônia é bem-vista quando tem caráter de precaução", diz. Questionado sobre o desempenho administrativo das instituições, Calabi foi sucinto: "A execução dos programas sempre está aquém do desejado. Sempre buscamos mais realizações."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.