quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Teatro e democracia, para voltar aos gregos (que já conheciam o mensalão, pois Demóstenes (Demóstenes? ) recebia mensalão do rei da Pérsia, e para examinar com estranhamento (bom Brecht!) o que se passa hoje, aqui.

Eduardo Tolentino dirige leitura de
“Democracia” no Teatro Anchieta


Com direção de Eduardo Tolentino e inédita no Brasil, Democracia é a peça em destaque dia 28 de agosto no Teatro Anchieta do SESC Consolação, dentro da programação do ciclo 7 Leituras, 7 Autores, 7 Diretores, criado há seis anos pela diretora Eugênia Thereza de Andrade. De Michael Frayn, autor da consagrada Copenhagen, e ainda inédita no Brasil, Democracia esteve em cartaz até julho passado no Old Vic em Londres, depois de inúmeras montagens em todo o mundo, da Broadway a Buenos Aires. A tradução, revista por Eduardo Tolentino e Augusto César, é de Oswaldo Mendes. No elenco o diretor reúne dez atores do espetáculo “12 homens e uma sentença”, com Zecarlos Machado no papel de Willy Brandt.

Sinopse

Prêmio Nobel da Paz em 1971, pela sua política de aproximação com os países comunistas do Leste Europeu, Willy Brandt elegeu-se Chanceler da República Federal da Alemanha em outubro de 1969 e empenhou-se para o fim da Guerra Fria, que dividia o mundo em dois blocos, o Ocidental (Estados Unidos à frente) e o Oriental (liderado pela União Soviética). Logo após a posse de Brandt, um espião da Alemanha Oriental, que havia se infiltrado no Partido da Social Democracia, foi indicado para trabalhar em seu gabinete. Aos poucos o espião, Günter Guillaume, aproximou-se do Chanceler, conquistou a sua amizade e confiança até que, no início de 1974, foi descoberto e preso. O Escândalo Guillaume, como se tornou conhecido, levou Willy Brandt a renunciar ao cargo, por decisão pessoal.

A narrativa de Democracia desenrola-se no período de 1970 a 1974 e envolve, na trama, personagens reais como Helmut Schmidt, que sucedeu Willy Brandt. Ao mesmo tempo em que conquistou o apoio e a simpatia internacionais, Brandt enfrentou resistências internas dentro do governo e dentro do seu próprio partido. Invejas, traições, acordos, mesquinharias políticas, campanhas eleitorais, coalizões partidárias para manter a maioria no Parlamento e compra de votos são alguns dos ingredientes que fazem da peça de Michael Frayn um retrato provocador da democracia, com doses pontuais de humor e ironia.
Qualquer semelhança com o que acontece atualmente no Brasil e em outros países democráticos não é, portanto, mera coincidência.

Michael Frayn
Aclamado em seu país como romancista e principal tradutor de Tchecov, o inglês Michael Frayn tornou-se internacionalmente aplaudido no teatro graças à sua peça Copenhagen, que no Brasil onde foi dirigida por Marco Antonio Rodrigues em 2001, para o grupo Arte Ciência no Palco de Carlos Palma e Adriana Caruí. A peça tratava do misterioso encontro envolvendo os pais da física quântica, Niels Bohr e Werner Heisenberg, durante a Segunda Guerra Mundial. Nascido em setembro de 1933, em um subúrbio de Londres, Michael Frayn surpreendeu-se com o sucesso de Copenhagen que, imaginava, interessaria a um público restrito de interessados pela física e pela história oculta da ciência na Guerra. Ao receber o Prêmio Tony, nos Estados Unidos, Frayn disse que Copenhagen lhe revelou um segredo do teatro que ele até então não percebera: “O público gosta de ser desafiado”. Isso o levou a propor mais um desafio à plateia com Democracia.

Serviço:

Local: Sesc Consolação – Teatro Anchieta

Endereço: Rua Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque

Telefone: 11-3234 3000

Dia: Dia 28 de agosto - terça-feira - às 19h30
Duração: 120 minutos
Ingressos: Grátis - Retirada de ingressos na bilheteria com uma hora de antecedência, sujeita a capacidade do Teatro.
Lotação: 280 lugares.
Acesse www.sescsp.org.br