quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sobre mulheres, homens, seres humanos....UMA NOTÍCIA DA MAIOR IMPORTÂNCIA, NO JORNAL DA UNICAMP.

Baixar versão em PDF Campinas, 21 de maio de 2012 a 27 de maio de 2012 – ANO 2012 – Nº 527

Não é o que parece

Investigações de pesquisadores do Nepo e do Pagu acerca do aborto
e do mercado transnacional do sexo revelam nuances que embaralham o senso comum
e lançam luz sobre temas não raro tratados como tabus




 Para além da lei da oferta e da procura

SILVIO ANUNCIAÇÃO
silviojp@reitoria.unicamp.br
 
Estudos etnográficos recentes desenvolvidos por pesquisadores da Unicamp e de universidades internacionais e nacionais, mensuram o peso das articulações entre o sexo, o dinheiro e o afeto na mobilidade de pessoas. Os trabalhos exploram diferentes aspectos, ainda pouco analisados na academia, envolvendo estes deslocamentos e o chamado mercado do sexo. As investigações abarcam, sobretudo, a circulação entre os habitantes do Brasil, Espanha, Itália, Portugal e Estados Unidos.

Para a antropóloga da Unicamp Adriana Gracia Piscitelli, pesquisadora do Núcleo de Estudos do Gênero Pagu, os estudos “alargam” a noção de “geografias de poder marcadas pelo gênero”, estabelecida em 2001 pelas teóricas norte-americanas Sarah Mahler e Patrícia Pessar. Apesar de fundamental para os avanços nos estudos de gênero, esse conceito tende a restringir-se a relações entre homens e mulheres. São raras, segundo Piscitelli, as pesquisas que consideram as experiências de deslocamentos de pessoas “que embaralham as fronteiras entre masculinidade e feminilidade, como as das travestis”.

Um exemplo relevante para este entendimento é a relação que turistas gays estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos, estabelecem com garotos de programa do Rio de Janeiro que se autoidentificam como heterossexuais e que possuem namoradas ou esposas e, às vezes, filhos. “Estes turistas acabam, de alguma maneira, se integrando à família desses homens, tornando-se padrinhos dos seus filhos e enviando remessas de dinheiro para ajudar sua família. E esses homens que se consideram heterossexuais dizem que não se apaixonam por esses estrangeiros, contudo, ao longo dos anos, vão criando sentimentos de carinho e de gratidão pela ajuda recebida. Com travestis, as relações são ainda mais surpreendentes, como aquelas entre travestis brasileiras e seus maridos italianos”, revela.

A estudiosa do Pagu reuniu mais de uma dezena de pesquisas acerca do tema no livro Gênero, sexo, amor e dinheiro: mobilidade transnacionais envolvendo o Brasil,  que acaba de ser lançado no âmbito do programa de doutorado em Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). A obra também é organizada pelos pesquisadores do Pagu José Miguel Nieto Olivar e Gláucia de Oliveira Assis, atualmente, professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Adriana Piscitelli lidera na Unicamp linha de pesquisa sobre sexualidade que vem produzindo desfechos relevantes nos estudos nacionais e internacionais ao longo dos últimos 13 anos. Os resultados exigem, segundo ela, uma nova conceitualização sobre o termo “mercado do sexo”. A antropóloga defende, com base em resultados empíricos, que a expressão não pode se resumir ao conceito que supõe apenas a oferta e a demanda por sexo. Deste modo, ela questiona a ideia de que o turismo sexual esteja restrito somente à prostituição, no sentido da realização de ‘programas’. “Embora uma parcela da população envolvida em turismo sexual faça programas, existe também outra grande parcela que não faz. Atualmente se fala na indústria do sexo, pensada em uma sofisticada organização de empreendimentos, como hotéis, indústria turística e internet e que gera muitos lucros. Mas nas pesquisas empíricas que realizei por diversos anos, principalmente no Nordeste do Brasil, eu me encontrava com uma oferta de sexo comercial quase artesanal. Esta oferta, às vezes, remetia à prostituição, mas muitas vezes não. Havia também intercâmbios sexuais e econômicos que não envolviam dinheiro, mas outros tipos de benefícios e que operavam como um lugar de afeto. Ou seja, trocas nas quais quem oferece sexo é ajudado, se apega, se acarinha…”, analisa.

Outra conclusão importante dos trabalhos é a que questiona as visões que consideram todos esses deslocamentos como tráfico de mulheres para exploração sexual. A migração de brasileiras para atuarem no mercado do sexo nos Estados Unidos e países da Europa está ligada, principalmente, à busca de oportunidades, sejam elas econômicas ou sociais, afirma a antropóloga. “O termo ‘exploração’ remete a uma ideia de trabalho forçado. Mas isso nem sempre ocorre e não foram essas as percepções demonstradas pelas minhas entrevistadas na Espanha. O maior medo de muitas delas era da polícia migratória e não das redes de tráfico. Tendemos a pensar a prostituição e o mercado do sexo como se fossem fechados. Nos dois países onde pesquisei, na Itália e Espanha, eu percebi que as brasileiras eram uma presença significativa no mundo do trabalho sexual, mas elas também constituíam um dos principais contingentes de estrangeiras que casavam com italianos e espanhóis. Comecei, então, a notar que também existia uma forte imbricação entre os mercados do casamento e do sexo”, relata.

Vitimização

Seguindo na linha de Piscitelli, o pós-doutorando José Miguel Nieto Olivar explica que para muitas mulheres a prostituição constitui-se num campo de potencialização da autonomia.  “A prostituição se configura em relações nas quais muitas mulheres podem exercer mais poder sobre suas vidas ou reduzir a violência. Eu tenho várias narrativas de mulheres que antes de entrarem na prostituição tinham relações conjugais fortemente marcadas pela violência. Ao saírem dessas relações e entrarem na prostituição por sua conta própria, elas relatam que têm menos violência e lidam melhor com isso porque não dependem de ninguem”, confirma. Olivar desenvolve seu pós-doutorado pesquisando o universo das prostitutas na região do Alto Solimões, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.

“Trabalha-se com ideias muito fixas sobre prostituição e mercado do sexo, principalmente nos espaços políticos e da mídia. E, nestes sistemas de pensamento, o lugar da prostituta como vítima e/ou perversa é muito forte.  Ou, então, é o empresário que é naturalmente perverso. O que estamos construindo e tentado colocar nas discussões no âmbito acadêmico e político são as vozes dessas pessoas. Nós tentamos fornecer dados para complexificar essas discussões, no sentido de reconhecer experiências de vidas que são válidas, mas que muitas vezes são apagadas”, crítica Olivar.

Por outro lado, Adriana Piscitelli admite as dimensões de violências que estão presentes na prosituição e no mercado do sexo. “Há dimensões de violência e de sofrimentos das pessoas, vinculadas, nas minhas pesquisas, ao pavor das brasileiras à polícia migratória e ao que elas viam como maus tratos para além da deportação. Há também o fantasma com a violência dos clientes, principalmente entre aquelas que faziam trabalhos sexuais em apartamento. Uma coisa é levar em conta essas dimensões de violência; outra, é considerar essas pessoas, a priori, como vítimas. Minhas entrevistadas não se consideram vítimas… Para muitas, o trabalho sexual e a migração faziam parte de estratégias, em seus projetos de vida, que, em algumas vezes, foram bem sucedidas e, em outras, não”, conclui.

Sexualidade tropical

A antropóloga também constatou que a imagem de uma brasilidade tropical, difundida no exterior como um atributo sexual, não justificava a demanda por sexo com as mulheres brasileiras na Espanha. Piscitelli afirma que elas “desapareciam” enquanto singularidade e nacionalidade nesse contexto.

Para justificar sua proposição, a pesquisadora cita a dinâmica de funcionamento das casas de sexo da Espanha, onde há uma lógica de selecionar as mulheres seguindo certa hierarquia. “No topo estavam as espanholas. Depois, as mulheres do leste Europeu, que eram tidas como mais cultas e mais eficientes. No meio havia uma faixa com as latino-americanas e, por último, as africanas negras. E as brasileiras eram englobadas no leque mais amplo de latino-americanas. E, lutando para se posicionar neste mercado e atrair clientes, o que as brasileiras acabavam afirmando não era nem a morenice, nem a sexualidade tropical, mas atributos relacionados à higiene e carinho. E os critérios dos clientes também não privilegiavam nenhuma nacionalidade”, demonstra.

Obra

O livro Gênero, sexo, amor e dinheiro: mobilidade transnacionais envolvendo Brasil, também publicado no formato e-book, envolve pesquisas em parcerias com estudiosos de universidades internacionais e nacionais. Entre as estrangeiras estão a Universidade de Northwestern (EUA), a Universidade de Milão (Itália) e o Instituto Universitário de Lisboa (Portugal). Das nacionais, participam a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade do Vale do Rio Doce (Univale) e Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). A obra, de acordo com Piscitelli, foi concebida a partir do seminário Trânsitos Contemporâneos: turismo, migrações, gênero, sexo, afetos e dinheiro, realizado no final de 2010 na Unicamp.

■ Serviço

Livro: Gênero, sexo, amor e dinheiro: mobilidade transnacionais envolvendo Brasil
Organizadores: Adriana Piscitelli, Glaucia de Oliveira Assis e José Miguel Nieto Olivar
Editado pelo Núcleo de Estudos de Gênero Pagu (IFCH)
E-book: http://www.pagu.unicamp.br/sites/www.ifch.unicamp.br.pagu/files/Livro.pdf
Páginas: 582 




Pesquisa mensura
peso do HIV no aborto

CRISTIANE KÄMPF
Especial para o JU
 
Intitulado “HIV/Aids e trajetórias reprodutivas de mulheres brasileiras”, o primeiro estudo no país a analisar especificamente o aborto induzido entre mulheres vivendo com HIV traz uma revelação surpreendente: elas recorrem ao aborto induzido por razões parecidas àquelas apresentadas por mulheres não portadoras do vírus. O fato de ser soropositiva não é, portanto, o motivo central e nem mesmo o único apresentado para justificar a interrupção da gravidez. Apesar da importância do diagnóstico na decisão de abortar, para a maioria das mulheres vivendo com HIV/Aids esta foi somente uma entre muitas outras razões de ordem social, pessoal e afetiva. Um dos aspectos mais importantes mencionados foi a relação com o parceiro: ter ou não um homem que pudesse dividir a responsabilidade de criar a criança foi um fator fundamental que influenciou a decisão de manter ou interromper a gravidez.
Coordenado por Regina Maria Barbosa, médica com doutorado em saúde coletiva e especialista em saúde reprodutiva e sexual, do Núcleo de Estudos da População (Nepo) da Unicamp, o estudo foi financiado pelo CNPq e contou com a parceria do Centro de Referência em DST/Aids de São Paulo e com a participação de pesquisadores de várias instituições de pesquisa. Os dados foram obtidos por meio de dois estudos complementares: uma pesquisa transversal, implementada em 13 cidades brasileiras de novembro de 2003 a dezembro de 2004, a qual incluiu 1.777 portadoras e 2.045 não portadoras; e um estudo qualitativo que realizou, entre 2009 e 2010, entrevistas detalhadas com 85 mulheres de 18 a 47 anos, pertencentes aos estratos médios e populares da sociedade e vivendo com o vírus HIV, em seis cidades localizadas nas cinco regiões geográficas do país.
Estas informações revelaram que 13,3% das portadoras já haviam recorrido ao aborto induzido, enquanto 11% das não portadoras fizeram o mesmo – uma diferença de somente 2.3%. A idade (a porcentagem de abortos induzidos por mulheres mais velhas é maior), a idade na qual as mulheres tiveram sua primeira experiência sexual (abaixo de 17 anos), a ocorrência de três ou mais parceiros durante a vida sexual e o fato de terem sofrido violência sexual foram aspectos associados ao aborto induzido nos dois grupos.
Os resultados da análise sugeriram que fatores similares influenciam o processo decisório reprodutivo em ambas as situações, entre os quais: o acesso limitado a serviços de saúde reprodutiva e planejamento familiar; o desconhecimento em relação aos métodos contraceptivos (regulares e de emergência) e a iniquidade social e de gênero – como a que coloca a contracepção como responsabilidade da mulher e não do homem.
A pesquisa qualitativa demonstrou que, para a maioria das portadoras, a decisão de induzir um aborto nem sempre foi tomada pelo fato de estar infectada com o vírus HIV e este não foi o único fator determinante desta decisão. “Estas mulheres foram influenciadas por fatores que vão além do nível individual e envolvem valores culturais relacionados à maternidade, aos valores morais, relações interpessoais e circunstâncias específicas relacionadas ao HIV e à gravidez. Os resultados indicaram que há similaridades e correlações entre os contextos associados com a infecção por HIV e as práticas e decisões reprodutivas”, explica Regina. Ela enfatiza, ainda, que pesquisadores e profissionais do serviço de saúde devem considerar estes dois contextos conjuntamente para que possam entender melhor as decisões reprodutivas das mulheres que vivem com HIV/Aids e assim oferecer o suporte que elas necessitam, especialmente em casos de gravidez indesejada.
O trabalho aponta que, entre os diversos fatores que contribuem para aumentar a vulnerabilidade das mulheres ao HIV, à Aids e à gravidez indesejada está na dificuldade dos profissionais da saúde de discutir abertamente desejos e necessidades sexuais e reprodutivas de mulheres e homens vivendo com HIV e ir além da mera prescrição de uso de preservativo em todas as relações sexuais. De acordo com a especialista, esta questão poderia ser resolvida com intervenções concretas, como o oferecimento de treinamento adequado e a reestruturação dos serviços de saúde. “Entender as decisões das mulheres com HIV/AIDS relacionadas à reprodução, contracepção e aborto exige pensar sobre os mais variados aspectos que interferem em suas escolhas nesta área. As mulheres optam por manter ou não uma gravidez levando em consideração fatores que vão além do desejo individual de procriar”, afirma.
A linha de pesquisa do Nepo na qual o trabalho foi desenvolvido é chamada “Saúde Reprodutiva e Sexualidade” e trabalha com um conceito que compreende saúde reprodutiva como um estado completo de bem-estar físico, mental e social em todos os aspectos relacionados ao sistema reprodutivo, suas funções e processos e não como a simples ausência de doença ou enfermidade. Esta linha de pesquisa faz parte do Nepo desde a data de sua criação, em 1982, é formada por pesquisadores de diferentes áreas (médicos, antropólogos, psicólogos, cientistas sociais, estatísticos) e tem contribuído de maneira determinante para a produção de conhecimentos e capacitação de recursos humanos no país.
Segundo o estudo, as mulheres representam 35% dos 597 mil casos conhecidos de Aids em 2010 no Brasil, sendo que, assim como em outros países, mulheres jovens na idade reprodutiva têm sido especialmente afetadas pela epidemia de HIV. A maioria das brasileiras portadoras do vírus tem baixos níveis de educação e renda e apresenta dificuldades para negociar o uso do preservativo com seus parceiros. Elas também iniciaram a vida sexual mais cedo e, mesmo depois de diagnosticadas com o vírus, continuam com uma frequência baixa de uso da camisinha. Além disso, uma grande proporção de mulheres HIV positivas já usou drogas e tem um histórico de doenças sexualmente transmissíveis, além de ter sido vítima de violência sexual em algum momento da vida.
O advento e o acesso à terapia antirretroviral transformaram a Aids em uma doença crônica e têm contribuído para que mulheres infectadas pelo vírus possam viver uma vida mais longa e saudável, assim como para a diminuição do risco de transmissão do vírus da mãe para o bebê. Isto estaria, então, alterando o contexto dentro do qual as mães decidem ter ou não a criança e, ao mesmo tempo, colocando desafios a ser enfrentados, em termos de direitos sexuais e reprodutivos que, segundo o estudo, precisariam ser discutidos. “Adotar este ponto de vista significa reconhecer que estas mulheres têm o direito de desfrutar de uma vida sexual, caso desejem, e escolher se, quando, com quem e como elas terão filhos, sendo capazes de exercer estas escolhas de maneira segura e com um risco mínimo à saúde”, afirma a pesquisadora do Nepo.
Regina também lembra que as leis brasileiras são bastante restritivas e abortar devido à infecção por HIV é considerado, portanto, ilegal. “Apesar disso, o aborto induzido é uma alternativa usada frequentemente no país. Há estudos que apontam que uma em cada cinco mulheres brasileiras de até 40 anos já praticou pelo menos um aborto induzido durante a vida”.
Uma pesquisa conduzida pelo Ministério da Saúde em 2009 mostrou que o aborto no Brasil é feito principalmente por mulheres entre 20 e 29 anos de idade, com até oito anos de escolarização e que tem algum tipo de trabalho. O método de indução do aborto mais usado por estas mulheres é o consumo de citotec ou misoprostol, que é comprado no “mercado negro”, já que sua venda em farmácias está proibida desde 1998.
“O desejo de postergar a maternidade, a falta de condições econômicas para criar uma criança e de estabilidade na relação com o parceiro são razões comumente apontadas por elas para a prática do aborto, o qual é comumente descrito como uma experiência traumática, principalmente entre as mulheres mais pobres, que estão geralmente sozinhas, enfrentando esta situação de maneira clandestina e insegura, tanto em termos físicos quanto psicológicos”, afirma Regina Barbosa.
Segundo a pesquisadora, apesar dos avanços nos programas de prevenção da transmissão vertical do vírus (da mãe para o bebê), o estigma contra as pessoas com Aids ainda faz com que muitos profissionais acreditem que uma mulher soropositiva não deva ter filhos. De acordo com ela, para algumas portadoras, a decisão de abortar depois do diagnóstico está diretamente relacionada ao vírus, apesar de também estar associada a outras circunstâncias da vida.
Entretanto, para outras, a decisão de fazer um aborto estava mais relacionada à falta de desejo de estar grávida naquele momento da vida. “Para estas mulheres que já têm que lidar com o estigma relacionado ao vírus, recusar uma gravidez por não querer lidar com o peso da maternidade naquele momento, ao invés de querer proteger a vida futura de seus filhos ou sua saúde, traz de volta a discussão sobre os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Portanto, não se trata somente de solidariedade com mulheres vivendo em contextos extremamente difíceis, mas também um reconhecimento do direito de abortar em qualquer circunstância como um requisito para a cidadania plena destas mulheres”, finaliza.
Os detalhes dessa pesquisa poderão ser acessados em breve em dois artigos, previstos para serem publicados em julho, nas revistas Reproductive Health Matters e Ciência e Saúde Coletiva. Antes disso, porém, seus resultados estarão sendo apresentados para profissionais e gestores das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde de São Paulo, no próximo dia 24 de maio, no Seminário “Saúde e direitos reprodutivos no contexto da epidemia de HIV/Aids: incorporando o conhecimento às ações de cuidado”(maiores informações em www.nepo.unicamp.br).