segunda-feira, 28 de maio de 2012

MARTA BELLINI. PRIMEIRO, A CINICA (POBRES CINICOS, ERAM MUITO ETICOS...) DO FMI. DEPOIS, POESIA PURA, DIGNA DE BAUDELAIRE. GRATO, MARTA!


Humor negro da madame

Do Blog de Joana Lopes, Portugal

A compaixão de Madame Lagarde



Uma entrevista a Christine Lagarde, ontem publicada em The Guardian, está a correr mundo.
Quando a jornalista lhe pergunta se, ao analisar as contas da Grécia, só pensa em números ou também se lembra das mulheres gregas sem assistência quando dão à luz, dos doentes sem medicamentos e dos velhos que morrem sozinhos sem direito a cuidados, responde:
«Penso mais nas criancinhas de uma escola numa pequena aldeia da Nigéria, que têm duas horas por dia de aula, com uma cadeira para três crianças e que, mesmo assim, conseguem estudar. Penso nelas permanentemente e acho que precisam de mais ajuda do que as pessoas em Atenas.»
Se estamos em maré de humor negro, vamos a isso: na tal aldeia da Nigéria não existirão prédios mas só palhotas, e não haverá portanto o perigo de um homem de 60 anos, desesperado, se atirar de uma janela de mão dada com a mãe, de 90, como aconteceu na Grécia. Se também querem defenestrar-se, construam arranha-céus, seus idiotas!

Há sangue...

do Solda

Foto de Furnaius Rufus
Há sangue frio na geladeira, silva-se. Enquanto organizo, prenso: histórias de cavalheiros e damas, etiópias e lamas, cronópios, corrupios e famas. É o kaos. Dizem as más línguas. Pois é, poesia, pois é: petit pois, já maneirando fulano e sicrano de bergerac. A idade dá razão à trinta anos de mim mesmo. Salvaboiam haroldos, augustus & decius pelas ribanceiras entrepostas. Espremelham resquícios de angelis, ave, cézar! Os que vão morrer vão te cobrir de porrada antes que o sol despinguele atrás do açudeziano velhasério. Missas cheias de moças velhoiras bundudas, tesões estremecidos no gargarejo da água morna. Apedeutas empalhados açoitam personagens pendurados no altar do seu egocego barbicacho, münchenfests aleluias, tende piedade de marcelino, pão e vinho, hasta la vista! Jurisfósseis repimbocam en la parafuseta del paraplégico, impressionados com a justalógica estremunção que o vigário geral aplica na cabeçonda de hipócritas, já sem pelo nenhum, careca de corpo inteiroliço! Hipócrita não peida, flatos contidos, odores embucetandos, insepulto! Insepulto! O cadavérico se esconde entre as pelancas recheadas de banha da progenitora secular, fétida, exposta em pedaços nas ruas quinzes do mundo inteiro, vírgulaprudentis, és tu, chatus de galochas?
De repente uma explosão de furúnculos baragoléticos! Especimezinha que brotoeja esotérica na alinhavada esfinge halitosa de sacco & vanzetti, última dor do inácio, aquele magrela, hipócritas entregam pizzas na academia curitibana de letraset, comedor de quejandos entocado na cavernosa idiotice, cantando mantra: só lamente uma vez, bigodites, cavanhaquices sisudas misturam ditados de poetas philósophos pelados descendo o nhundiaquara de bóia fria, à margem esquerda de quem sai e espera o barreado frígido locopaca, embutido no insepulto que já fede. Urubus vomitam. Ninguém é prefeito.
O protofônico que tem medo de virginia wolff não quer esperar a perícia montada; de como ser vaiado pela gargantula da républica curitibana: essa é mais uma tarifa para o supra hipócrita, amoscanhento regrudado no teto do aeroaperto do alfa rábius oculto entre teias de homens aranha; o parecer do banco central detona relatórios hediondos e condena reles vocês sabem quem a ler catataus e livros dos contrários por toda eternidade, para afugentar os corvos monossilábicos, parte do guruato lhe atira pedras, pratos de sopapos embotam o cérebro fétido: já não cogita, ergo, o caralhaquatro!
A mão que afaga é a mesma que desenha. Calungas desbotados se amontoam de maneira cruel em minha mesa.
Habeas corpus moles, nesse espaço de tempo, hipócrita mostra a bunda reluzente de necrófilo estapafúrdio, fanzines de carteirinhas abrem as bocálidas e respiram mau hálito resplandescente, barata com caspa, assim excitou o daltônico trevisélico emparelhado com o vampiro de curitiba na subida de sísifo, comendo o fígaro de prometeu acorrentado, tratando os algozes com respeitinho de adolescente, intumescido. Vade retro, hipócrita, quem te viu na mtv? Toda família curitibana tem um louquinho trancado no porão, macaqueando hipérboles antagônicas sobre eras trevisânicas, moléculas que andam de biciclétula. O protomedicato decidiu fechar as boticas, evitando tumulto barbalho defronte ao paulanque da marechal
Começam a chegar los libros, milhares deles, exército trivial, hoje é quinta-feira da semana passada, nada de novo, nada, nada, nada e de novo, sentenciou leminscoso, não dá em nada! Múmia leprosa habitando uma tumba em forma de atabaque (cadê os ovos que a galinha pôs?), o tear de chardin envigota marapendi; crustáceos bucéfalos procrastinam ao pôr-do-sol, morro de são paulo: vivo de curitiba; espantalhoso itarareense fincado no primeiro planalto, quilate mas não morde, me entupi guarani, sou fadado ao fracasso. Milhares de mulheres incendeiam sutiãs em protesto contra os peitinhos intumescidos das martasrochas. Um faulo prancis desmorona e desaba sobre o palestrante proibido. Uma procissão de lúgubre aspecto passa levando hipócritas à frente, estandartétrico, ensinando como se vaia curityba, num instante interveniente o povo mirrado desaquece e segue a ortografia, a parte da gramática que ensina a escrever corretamente as palavras.
Hipócrita tem horror à luz, heliofóbico; nas trevas elabora sonetos para encantar meninos em idade escolar. Poeta em compota. Repito: hoje é um dia quinhentista, segunda-feira da semana que vem e o calendárioscopista é severo, não dá pra fugir do açoite. A chibata é certa. Envoleios paracélticos cunturcinam militares aos borbotões, ao futebol de botões, cáspite moçambosa! Lero lero, bangue bangue, três tiros ecoam na madrugaridante vaginosa! Alguém fede ao sol do meio-dia, moscas oleaginosas envergalham sacripantas nos poemas empenduricalhados nas conas escandalosas.
Evoé, bakun, pinceladas murchas, almodóvar subitantis, resquícios celebritosos aviltam juízes e bandeirinhas, escanteio rápido e certeiro e o gol é eminente. Um a um. Um por todos e todos por um porungo. Retrocesso. Ridendo castigat mores!
Retrato de doris day, escola de moliéres. Um, dois, ivo viu a uva virar conhaque; à pata nada? A punheta bate à porta, em frenesi. Tudo é piquenique no front, pois um dia chegou a haver nada por lá; calaboteco, o elo e o frio da traição. Arrancam os órgãos reprodutivos de “poetinhas” e jogam sal grosso, siririca trabuzana e molibidato de chumbo grosso. Na barreinha, todos os polacos provam do saboro nossuco; em rápidas pincelas: não devia ser legal ser negão em 1808: a coisa começava a ficar preta.
O bar dos bardos não fecha pra são bernardo, assim pintou moçambique: simonais ejaculam gotas périplas sobre o corpo inerte, isso, isso, espermalandros procuram a vã gina espremida na bochecha de perdigotus antiofídicus. Hipocretes aos borbotões tentam prestar a última homenagem ao guru, exposto ao sol, caralhaquático, encardelúmedo, pulterívico, gota d’água em mar morto, o licor de rosa foi às favas, fasterpúnculo. No lintrópico da serra da tiririca lameríndica o assombroso bate nas moscatéias seculares, isso: tarétsias explica depois. O compromisso é um contraponto, as portas, a perseguição, bombas de reis barbudos. O rato rói unhas.
Acidente em jantares: três mortos e quatro feridos, saldo dos reflexos do braille. Ser mãe é o pai descer ao paraíso. O apanhador no campo de centeio e outras poeazias poéticas, entre poemas sujos e cantatas castas, bulas fazem bulosas fantásticas entre libros de manueles y retratos de artistas quando jovens. Mas não se mata cavalo, madame bovary? Cravo coluna dois e sete dias desmaio. Um sonho americano atinge-lhe a testa, é o despertar do monstro, o renascer do capitão amérika. O tio do canalha mora na esquina, sem anos de soletrão. Na cadeira, o velho e o mar de parkinson. Tadelépidos e antisacrifócidos, trocafilhos de uma putza, xexênicos de uma merdosa enfileirando venezuelanos empipados mastofintosamente carabélicos. Quem há de paralelepipeidar? Moças bonitas são as mocinhas da cidade.
Hipócrita não peida. Murcha, desmancha na sala.
A máquina de lavar pororocou no meio da redícula transilvânica. Rebolética e cincinatefélica, cataputa! Jamesbonditosa água torneiral, os livros que aqui livreiam bóiam supimpas, haja estante para esse maestro. Poluicéia desvairada, zorba, a cueca do grego amarela no varal. Ira, não sabes de onde vens? Numa meia-noite, quando eu lia, lento e triste, vagos, curiosos tomos de ciências astrais encontrei tartufo entre o diabo e o bom deus, vassalo de cinco asas. Ele se chama um lices e está até o gogol de dublin. Vai sair quando a neblina baixar o pau na irlanda e macunaíma sair da toca com os olhos do cão azul. O cadáver parece respirar, só parece. Um atrabalho no trapalho, transmimento de pensação, sandela de mortanduíche, leminsquisitices orwellianas. Joicíades de lennon são sandices urbanas, a máquina de escrever respira fundo e insinua enormes parágrafos desvirgulados. Isso assusta insepultos e toda a sua trupe! Necas de pitibiriba! Trancetê! Cada magalho no seu caco: as bananas despencam é o verão, a curutié fugiu da gaiola, o lábaro que ostentas estrelado implodiu.
Um nicho recheado de ninfomaníacas ensaia canto gregoriano na sala dos fundos, timbórdice de mileto ocupa a maior parte do livro caixa de fósforos de helio leites. Ulisses cambaleia entre parágrafos incompreendidos, sobre adjetivos perdidos nas areias escaldantes.
Filósofos helênicos abotoaram o paletó injustamente: libório arrancou as teclas da máquina de escrever para machucar os dedos enquanto datilografa. Eles sangram pra lá e pra cá, sujando a mesa de um vermelho vivo. Chicletes grudam na massa cinzenta já aprodecida de insepultos, agora de bruços, senho fechado. Campos de carvalhos me acenam da estante. Ilíadas e mais ilíadas, lidas, relidas, esmiuçadas por algum selvagem de motocicleta.
O homem do mato de mãos dadas com a mística feminina. É proibido. Chegou godot, três dias atrasado, esteve viajando, diz, no país das maravilhas. Lá se come bem. Os certões estavam errados, a revolução no fruturo começa semana que vem, com o teatro do comprimido e outras rimas poéticas. Mas à essa altura do campeonato, quem tem medo da megera domada? Ter certeza da dentista cansada de guerra e paz, elementar, meu caro watson! A avó está no mundo há oitenta anos e ainda não viu a luz no fim do tonel; um certo cafetão rodrigo quer beber sete: é oito e meio, além do imposto. Enterrem meu coração no encouraçado na curva do calombo, junto com os cada vez mais estupefactos que ainda bebem leite de onça. Tragélida cosmopolenta, fadiga na perna esquerda, carne da minha carne, sangue do meu sangue, mesoparina de antanho, esquálida borboletra zanzando sobre as flores de maracujá, agora mesmo, neste instante.
Hipócrita fede. E tem hipócrita que cheira, mas só na casa dos outros.
Oposição frontal: não há duelo solitário, ninguém assassina a própria sombra sem motivo; ser explícito no acesso à leiteratura, literatejar em abundância sem ser versado em literatura nem em letras, dig it? Arrebentar a proveta, provecto. Veja o diário da tia. Vejam só, fins negam os sheiks sem fundos. É a guerra com o jogral, deixa o alfredo falar. Só o vento sabe a resposta. Esquadrão do norte, espumando pelo canto da boca, a cólera do cão; livro vermelho dos millôres, erros de sifilização. Caiu o pano! Essas coisas insaciáveis, o tempo e o vento, lá vou, gulliver! Divina comédia, fizeste aval de três freiras que assombram o país. A cinza das noras, morte e vida sem verina; feliz ano novo, tia zulmira. Carona do pai thomaz: é do tipo do rei. Cavalinhos de platiplanto. Os dentes ao sol. Rei posto, ele está pelado, com a navalha na carne. Mas traga. Catatchau.
Pior que o hipócrita, só a mulher do hipócrita, sem pai nem mãe. Mas com o hipócrita, de braços dados. Esse casamento não vai longe: no máximo, até o banheiro, pra vomitar. O corpo se decompõe; o baluarte inexiste, finalmente. Ninguém reclama do cheiro desagradável. Lanfônesas costifúnculas esmerilham cabelécidos em plena bouca malditante, esforétidos maraquintinius! A bebedeira, a ebriedade, êxtase, enlevação, a embriaguez! Fiat lux! Circulam informações de cocheira sobre a nossa ração cultural diária. O balaustre é atingido, quase no fim da feira. Daqui ouço os milagres no palacete do tico tico: es muy bueno! Corruíras helioleitosas abrem o mar paraguayo.
Enquanto agonizo, pinto. Em rápidas pinceladas, porque o gambá do ano passado invade a minha sala, o exército inimigo bate à minha porta: correndo, perco as sandálias mas não perco o trocadilho. Atiro primeiro: se a vítima não rir, gastei bala zequinha em poeta de compota.