sábado, 21 de maio de 2011

Correio Popular de Campinas

Analistas acreditam que futuro político de Hélio foi abalado


Segundo o cientista político Eliezer Rizzo de Oliveira, num primeiro momento, o que se tem é que as futuras pretensões políticas foram atingidas


21/05/2011 - 08h29 . Atualizada em 21/05/2011 - 08h32
Maria Teresa Costa Agência Anhangüera de Notícias




As prisões e a busca a integrantes do primeiro escalão do governo municipal podem ter reflexos irreversíveis no futuro político do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT). Segundo especialistas, embora ainda seja cedo para uma análise aprofundada, é provável que a intenção dele em fazer do secretário de Segurança, Carlos Henrique Pinto, seu sucessor seja abortada e que o próprio Hélio perca possibilidades de alianças que poderiam fazê-lo alçar cargos nas esferas estadual ou nacional.

Para o filósofo Roberto Romano, é difícil prever o impacto do caso, até porque, afirmou, depois de certos tipos de crises, os escândalos se resolvem na base dos acertos, da solidariedade política. O que é certo, disse, é que a autoestima da cidade está abalada. “Campinas é uma das cidades mais importantes da América do Sul e acordou com as cenas de integrantes da Prefeitura sendo presos por fraude em contratos de licitação. A cidade tem uma história política das mais relevantes do País e uma crise como essa causa perplexidade”, afirmou. Ele lembrou que o prefeito tem legitimidade, mas ao mesmo tempo tem uma série de auxiliares que passaram a ser tratados pela população, pela polícia e pelo Ministério Público como suspeitos.

Segundo o cientista político Eliezer Rizzo de Oliveira, num primeiro momento, o que se tem é que as futuras pretensões políticas foram atingidas. “O que todos querem é que as apurações continuem.” O sociólogo Carlos Alberto Mello observou que o fato mais relevante é o impacto que as denúncias têm sobre a cidade. “É o assunto do dia. E o que se ouve é uma população indignada”, disse. “Mesmo não havendo denúncias contra o prefeito, as imagens das prisões de seus assessores certamente serão as cenas que os partidos de oposição levarão ao ar.”