quarta-feira, 20 de maio de 2009

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Neonazistas de 4 estados planejavam articular candidaturas e explodir sinagogas





Cleide Carvalho, O Globo

SÃO PAULO - A quadrilha de neonazistas que começou a ser desarticulada no Rio Grande do Sul pretendia realizar atentados a sinagogas no país e pelo menos 50 pessoas estão envolvidas no movimento apenas em cidades gaúchas. O grupo tem células organizadas em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Segundo o delegado Paulo César Jardim, titular do 1° DP de Porto Alegre, responsável pela investigação, o grupo articula também candidaturas políticas em pequenas cidades. Para atrair adeptos entre os que não têm simpatia pela ideologia nazista, integrantes do movimento passaram a colecionar casos de homicídios praticados por negros em todo o país.

- Não estamos lidando com marginais ou traficantes comuns. Eles acreditam que existam sub-raças e se organizam em torno desta idéia - diz o delegado Paulo César Jardim, do 1º Distrito Policial de Porto Alegre.

Na última segunda-feira,
material de propaganda nazista foi apreendido em residências de cinco municípios gaúchos (Alvorada, Cachoeirinha, Porto Alegre, Caxias do Sul e Bento Gonçalves). Entre as cerca de 300 peças e documentos apreendidos foi achado o plano de ataques a sinagogas, além de identificada a compra de pelo menos 40 armas, incluindo metralhadora e submetralhadora. Os neonazistas são ainda suspeitos de 10 mortes nos últimos 60 dias.

A primeira cidade em que os partidários do neonazismo pretendia lançar candidato fica em Santa Catarina. Segundo Jardim, dois grupos neonazistas estão identificados nos quatro estados. O mais antigo deles é o Blood & Honor (Sangue e Honra), acompanhado há cerca de oito anos pela polícia gaúcha. O outro é o Neuland (terra nova, em alemão), cuja criação é atribuída ao economista paulista Ricardo Barollo, 33 anos, ex-funcionário de uma construtora e acusado de ser o
mandante das mortes de Bernardo Dayrell Pedroso, de 24 anos, e de Renata Waechter Ferreira, de 21 . O assassinato ocorreu no Paraná, onde havia ocorrido uma reunião de célula do grupo. Dayrell era estudante de Direito em Minas Gerais. Ela, aluna do curso de Arquitetura na PUC do Paraná.

De acordo com as investigações, Barollo pagava cursos de informática e dava computadores para atrair jovens para o grupo. Segundo Jardim, os dois jovens mortos no Paraná foram assassinados porque discordaram dos atentados que começaram a ser planejados pelas pessoas ligadas ao grupo Neuland.

A polícia gaúcha não descarta a possibilidade de envolvimento de empresários e executivos. Foi identificada a compra de pelo menos 40 armas por integrantes do grupo, incluindo até mesmo uma metralhadora e uma submetralhadora.

Os dois grupos têm atuação paramilitar, de propaganda da ideologia nazista e política. Na paramilitar, são destacadas pessoas com conhecimento de eletrônica e na preparação de artefatos explosivos. Na de propaganda, materiais com mensagens da ideologia são preparados e distribuídos.

O braço político, além de organizar candidaturas, tem como objetivo cooptar novos participantes, a quem chamam de "soldados". Boa parte dos novos adeptos são jovens.
- Os líderes, como o Barollo, alugam sítios e convidam pessoas de seu relacionamento, que por sua vez convidam outras. Nesta reunião, a doutrina é divulgada.
Os que aceitam participar, porém, são submetidos a testes de coragem e enfrentamento. E fazem juramento similar ao da máfia, diz o delegado.
- Eles seguram uma tocha e falam as palavras mágicas do neonazismo, que são 14. Fazem ainda juramento de lealdade: "Se tu me traíres, só tem um destino: a morte"
Jardim afirmou que o trabalho de acompanhamento destes grupos é permanente e os estados envolvidos têm trocado informações. Segundo ele, o crime só pode ser punido em fase de execução, não de planejamento, se não houver provas.
- Se quiseres me enforcar, vais à loja e compra uma corda. A outra, e compra um banquinho. Até ai, não cometeste nenhum crime. Por isso, a polícia só pode prender e punir quando eles começam a agir - diz Jardim.

O delegado afirma que os estados do Sul do país são os mais procurados por neonazistas por conta das colônias de imigrantes, que supostamente preservam a "pureza da raça branca". Além disso, há ainda a ideologia do separatismo, que sugere a criação de um país integrando os quatro estados.

Será mera coincidência a adulação do governo brasileiro e a quase visita de Ahmadinejad, juntamente com a onda de anti-semitismo que assolou a nação no confronto entre Israel e terroristas do Hamas no final do ano passado e começo desse ano, com atividades cada vez mais ousadas de nazistas (não existe essa de ‘neonazismo’, são as mesmas idéias estúpidas de 1930) no Brasil e nos países que flertam com Ahmadinejad, como Venezuela e Bolívia? Agora ficou claro que é uma rede enorme, bem organizada, financiada e pronta para atacar.
Por isso mais uma vez, aproveito o apelo feito pelo professor Roberto Romano, constantemente, em seu blog e hoje em sua coluna semanal no jornal Correio Popular de Campinas, para o Manifesto contra o racismo e o anti-semitismo. É um gesto simples e não dura nem 5 minutos e pode ser feito por telefone: (011) 3082-5844.

Cabe mostrarmos que estamos nos opondo a esses lixos morais, e zumbis históricos, assassinos que continuam assassinando 6 milhões de judeus, continuamente, ao negarem o Holocausto. Monstros na alma e na mente.

É muito mais sério do que pensamos, algo precisa ser feito. Cabe a nós, cidadãos que repudiam esse tipo de pensamento, fazermos algo. Um bom começo é a assinatura desse manifesto.

Não quero comentar sobre vítimas desses monstros. Não quero a sombra de Hitler e de seus adoradores pairando sobre essa terra.