quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

No Blog do Noblat, a prova de que os bandidos não são apenas os carecas.

Alguns escritores que fingem ética insinuaram "estranheza" no caso da agredida. Como se fosse possível não acreditar nas pernas e na barriga rasgadas da senhora grávida que perdeu suas filhas gêmeas. Ao ler tais frases, senti uma revulsão nas entranhas. Indignação seletiva é pior do que ideologia, porque é dogma arraigado de que apenas um lado das contendas deve ser protegido, ou atacado. Não, senhores! Crime é crime quando cometido contra qualquer pessoa.
RR


Enviado por Ricardo Noblat -
12.2.2009
| 22h29m

Polícia pede desculpas a brasileira torturada na Suiça

Duas policiais visitaram no final da tarde de hoje a advogada Paula Oliveira, 26 anos, que está internada no Hospital da Universidade de Zurique. Em nome da chefatura de polícia da cidade, as policiais pediram desculpas a Paula pelo modo como ela foi tratada tão logo pediu socorro depois de ter sido agredida na noite do último domingo por três skinhead neonazistas que a espancaram e riscaram seu corpo com um estilete.

Por causa disso, Paula, que estava grávida há três meses, abortou suas filhas gêmeas.- O procedimento foi todo errado desde o começo - disse uma das policiais a Paula, que estava acompanhada da embaixadora Vitória Cleaver, titular do consulado-geral do Brasil em Zurique.Segundo a policial, Paula deveria ter sido socorrida por policiais femininas - e não por dois detetives. Um deles chegou a insinuar que Paula estava mentindo, como se ela mesma pudesse ter retalhado seu corpo mais de 100 vezes. E a ameaçou com um processo.

A visita a Paula durou pouco mais de 10 minutos.Ela tomou, ontem, um coquetel antivirótico e acordou hoje se sentindo mal. Foi direto para o hospital. Poderá ter alta amanhã.- O comportamento da polícia mudou radicalmente - testemunha a embaixadora Clever. "Ele agora me dá informações sobre o caso quase que em tempo real, salvo aquelas que possam comprometer as investigações". A mudança de comportamento tem a ver com a dura reação do governo brasileiro. E também com a repercussão mundial do episódio. O ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, convocou o embaixador suíco para exigir explicações. E orientou a embaixadora Clever a manifestar ao governo suíco a repulsa do governo brasileiro ao que aconteceu com Paula.