quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A FALTA DE RESPEITO À DIVERSIDADE, RESULTA EM DESASTRES, COMO O QUE OCORREU, LEIA ABAIXO.

EM TEMPOS PREGRESSOS EU FICARIA INDIGNADO, PUBLICARIA ARTIGOS CANDENTES, DARIA ENTREVISTAS E ASSINARIA MANIFESTOS EM DEFESA DA CIÊNCIA AMEAÇADA.

MAS DESDE QUE DEI A ENTREVISTA BEM CONHECIDA À REVISTA CAROS AMIGOS, NA QUAL APRESENTEI CRÍTICAS DETALHADAS AO MODUS OPERANDI ANTI ÉTICO, HEGEMÔMICO NAS COMISSÕES DE ASSESSORES AD HOC, E DENUNCIEI O ESCÂNDALO DOS PARECERES SECRETOS QUE PERMITEM O USO DE RECURSOS PÚBLICOS EM PROVEITO DE SEITAS UNIVERSITÁRIAS (POLÍTICAS, IDEOLÓGICAS, ATÉ MESMO RELIGIOSAS) TIVE MINHA BOLSA DO CNPq CORTADA, COM "PARECER" EIVADO DE MENTIRAS E CALÚNIAS. NÃO RECORRI, PORQUE NÃO SE RECORRE A JUIZ IDEOLÓGICAMENTE ENVIEZADO. TODO RECURSO, NAS AGÊNCIAS, É SUBMETIDO AO MESMO INDIVÍDUO QUE NEGOU UMA BOLSA. OU SEJA, OS OVOS SEGUEM NOVAMENTE PARA A RAPOSA, INTERESSADA EM NOVOS RECURSOS PARA SEUS PARCEIROS DE FÉ E AÇÃO.

NÃO APENAS MINHA BOLSA FOI CORTADA DE MODO COVARDE, COMO TAMBÉM A DE ALUNOS MEUS. COMO JÁ DISSE NESTE BLOG, PREPARO UM LIVRO A SER PUBLICADO EM DATA QUE EU JULGAR CORRETA, COM TODOS OS CASOS QUE RECOLHI NESTES ANOS.

ATÉ LÁ, ENQUANTO OS PROCESSOS SECRETOS NA ALOCAÇÃO DOS RECURSOS NÃO FOREM ABOLIDOS, NÃO ME PROCUREM PARA DENUNCIAR OU LUTAR CONTRA A RETIRADA DE VERBAS DA FAMOSA CIÊNCIA BRASILEIRA, EM ESPECIAL NO CAMPO DAS "CIÊNCIAS" HUMANAS. NA VERDADE, ESPERO QUE OS CORTES SEJAM MAIS DRÁSTICOS AINDA. QUEM SABE, QUANDO NADA SOBRAR PARA AS SEITAS, TALVEZ ELAS PENSEM EM MODIFICAR SEU PROCEDIMENTO TÍBIO E NADA ÉTICO.

ESPERO QUE OS "REALISTAS", SEMPRE DISPOSTOS A BEIJAR AS BOTINAS DOS QUE SE ABOLETAM NOS GABINETES DE BRASILIA, RECEBAM CORTES MAIS EXPRESSIVOS EM SEUS PROJETOS.

ROBERTO ROMANO.


São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009



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Verba para ciência sofre redução de 18% em 2009
Ministro diz que corte é irresponsável e que bolsistas poderão ser mandados embora


Perda de dinheiro federal é maior que o orçamento da Fapesp, agência de fomento mais rica do país; entidades científicas atacam medida


Rodrigo Paiva/Folha Imagem

Marco Antonio Raupp, da SBPC, afirma que corte é suicídio

AFRA BALAZINA
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, classificou como irresponsável o corte de 18% no orçamento da sua pasta, aprovado pelo Congresso Nacional para 2009, e admitiu que, se a situação não se reverter, "bolsistas terão de ser mandados embora".

A peça orçamentária foi feita pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS). "O relator demonstrou falta de responsabilidade, de compromisso, com o futuro do Brasil", afirmou Rezende à Folha ontem.

O corte de R$ 1,1 bilhão representa um valor 10% maior do que toda a receita de 2008 da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a agência estadual de fomento à pesquisa mais rica do país, que sustenta quase toda a ciência paulista.

Apesar de dizer que existem "incertezas" sobre o futuro, o ministro afirma que tentará resolver a questão das bolsas dentro do Executivo. "Acharemos uma saída e isso [a perda do benefício] não vai ocorrer."

O corte no orçamento recebeu críticas duras da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e da ABC (Academia Brasileira de Ciências). Os presidentes das duas instituições consideram a situação "extremamente grave" e dizem que, se os recursos forem realmente cortados, a política científica nacional ficará "desanimadora".

Para Jacob Palis Jr, da ABC, esse corte seria como "dar um tiro no pé". Ele demonstrou seu ponto de vista com o exemplo dos Estados Unidos: "No meio da maior crise que o país já teve, o presidente [Barack Obama] convocou grandes líderes científicos para participarem do governo e se comprometeu com o aumento dos investimentos no setor", disse. "[Fazer cortes em ciência] é uma política de suicídio. A maneira de sair da crise é ser competitivo", disse Palis.

Marco Antonio Raupp, da SBPC, concorda que investir em ciência e tecnologia é uma saída para a crise financeira e manifesta preocupação com a redução de recursos. Ele conta que "o Orçamento saiu do Executivo muito bem". "Mas, no Congresso, de uma forma que a gente não entendeu direito, teve cortes significativos. Tudo isso nos pareceu arbitrário, uma aberração", disse.

O ministério também foi pego de surpresa. "Tomamos conhecimento da proposta do relator na véspera da votação [em dezembro]", disse Rezende. "O governo, e o presidente Lula reafirmou isso, tinha a ideia de chegar ao fim de 2010 com 1,5% do PIB em investimentos de Ciência e Tecnologia. Atualmente, investimos na casa de 1%. Então, o aumento deveria ser de 50%. Esses cortes vão na contramão, evidentemente", afirmou Palis.

Segundo ele, o prejuízo às bolsas de estudo é "um crime". Em 2007, o país chegou a produzir 10 mil doutores. E a previsão para 2009 era de produzir 11,5 mil doutores. "Talvez isso não aconteça se esses cortes prevalecerem."

Além das bolsas, os presidentes temem que os cortes afetem os recém-criados Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia-fato que Rezende rebate- e que eles travem o sistema de inovação no País. Esse programa, que cria centros de excelência em pesquisa no país, foi anunciado com pompa e circunstância pelo ministério no fim do ano passado.

Para os dirigentes científicos, o novo orçamento também pode prejudicar a tentativa de manter bons pesquisadores na Amazônia e atrair novos cientistas para a região.

A reportagem procurou ontem à tarde o senador Delcídio Amaral. Porém, sua assessoria afirmou que ele estava em viagem com a família.